Justificativa:
Árvores ou arbustos com até 7 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=91436 km², constante presença em herbários e Unidades de Conservação Unidades de Conservação de proteção integral, além de 12 situações de ameaça. Entretanto, sabe-se que a Mata Atlântica de altitude vem sofrendo um intenso processo de destruição devido ao corte de madeira, e pela ocupação humana desordenada. Hoje, apenas 1%-6% dessas formações (1,2 milhões Km²) persistem no estado do Rio de Janeiro, por exemplo, em mosaicos de fragmentos mais ou menos contínuo porém em processo de fragmentação visto a matriz de destruição no entorno dessas encostas florestadas (Costa e Lima, 2005). A espécie poderia ser considerada "Em perigo" (EN) por B2 pelo eu valor de AOO. Entretanto, o uso do AOO não é o parâmetro mais adequado para sua avaliação, uma vez que o habitat é extenso e contínuo ao longo da Serra do Mar e da Mantiqueira, embora em processo de fragmentação nas porções mais baixas. O AOO neste caso não foi considerado adequado para uma categorização pois, mesmo sendo estimado em 92 km², o que a posicionaria pelo critério B2 como Em Perigo (EN), e a espécie possuindo especifidade de habitat, o número de situações de ameaça verificado (12) ultrapassa o limiar para categorias de ameaça, além de seu habitat preferencial (altitudes elevadas ao longo da Serra do Mar/ Mantiqueira) não ser considerado severamente fragmentado. Sua ocorrência em locais interioranos são da década de 1970, e estudos são necessários para reavaliar possível declínio da extensão de ocorrência. Suspeita-se que subpopulações sobrevivam nas florestas de encosta da Serra do Mar em ambos os estados, porém, de acordo com a especialista C.P. Brunieira (com. pess., 2019) ,a espécie não foi facilmente encontrada em esforços de campo empreendidos durante sua tese de doutoramento, indicando ainda alta vulnerabilidade da espécie em muitos dos ambientes em que é documentada. Deste modo, a espécie pode se encontrar ameaçada em um futuro próximo, mesmo ocorrendo dentro de áreas formalmente protegidas e em sua grande parte, em altitudes onde as florestas ainda encontram-se conectadas. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada "Quase ameaçada" (NT) de extinção novamente, podendo vir a ser considerada Vulnerável (VU) em futuro próximo caso as ameaças documentadas se ampliem ou mesmo não cessem. Recomenda-se ações de pesquisa (busca direcionada por subpopulações em áreas interioranas e em locais onde a espécie não é documentada há mais de 30 anos, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
Justificativa para reavaliação:
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) como "Quase Ameaçada" (NT), sendo necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.